«Jerónimo e Josefa», de José Saramago, é um livro ilustrado por João Fazenda e que passou, a partir de ontem, a fazer parte da minha biblioteca pessoal. Confesso que a minha resistência à leitura das obras de José Saramago foi enorme, mas, hoje, sou (ou deverei ser) uma das maiores devoradoras da literatura saramaguiana.
Como li nos diversos testemunhos, aquando do seu centenário, Saramago, efetivamente, morreu há 12 anos, mas enganado está quem não pense que este homem ficará, sem qualquer margem para dúvidas, para a eternidade.
Uma das suas maiores características é, sem dúvida, a ligação às suas origens e é por isso que não resisti a comprar o livro «Jerónimo e Josefa» que, para quem não sabe, são os nomes dos seus avós maternos, aqueles que, em pleno discurso, aquando da entrega do Nobel, em Estocolmo, considerou, publicamente, serem os seus grandes heróis.
Mais do que um exemplo de uma narrativa literária autobiográfica, é a homenagem do escritor ao seu avô e avó maternos e uma viagem rumo à sua infância, o tal período da vida em que, como afirma Fernando Pessoa, todos somos felizes, porque inocentes.
Não posso deixar de realçar, também, a arte de João Fazenda que, unida à mensagem de Saramago, fazem o «par perfeito», no qual impera o poder da memória e da escrita imagística.
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